Uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) apontou que Paulo de Frontin tem usado grande parte do orçamento para gastos com a administração pública. O valor, segundo o levantamento, é bem maior do que o aplicado na saúde, setor onde faltam investimentos.
Em município com pouco mais de 13 mil habitantes, a população enfrenta dificuldades para conseguir atendimento médico no posto de saúde. "Vai em um posto, não tem. Vai em outro, não tem. Estão pensando que é o quê? É brincadeira? Isso não pode ser assim", contesta o servente Ary Andrade Cardoso.
As críticas são um retrato da falta de investimento, não só na saúde, mas também em áreas como a educação e o transporte público. O documento da Firjan mostra que a cidade é a que mais gasta com despesas da prefeitura em todo o estado. Quase 39% da verba do município são gastos com energia, gasolina, aluguéis e pagamento de funcionários públicos, enquanto 25% foram destinados para a saúde. O levantamento tomou como base dados de 2011, os mais atuais disponibilizados pelo tesouro nacional.
"Mostrou que muitas prefeituras ainda têm o custeio da máquina pública mais elevado, inclusive, que as funções principais do município, e isso chamou a atenção na pesquisa, de fato", explicou o gerente de economia e estatísticas da Firjan, Guilherme Mercês.
Despesas da prefeitura superam verba investida na saúde, diz Firjan (Foto: Reprodução /TV Rio Sul)
Em 2012, segundo números da própria prefeitura, da receita de pouco mais de R$ 39 milhões, 55% foram pra cobrir gastos da prefeitura. Para a saúde, o número caiu para 16,65%. O secretário de planejamento afirma que está sendo feita uma reorganização, desde que a equipe do prefeito João Carlos do Rego Pereira (PDT) tomou posse em agosto. Ele assumiu o cargo depois que Marco Aurélio Sá Pinto Salgado (PMN) foi cassado por abuso e poder político e econômico durante a campanha eleitoral de 2012.
"Eu acredito que a gente vá, de fato, destinar bem mais para a saúde. Mas ainda que fossem só 15% para a saúde, mas de forma consciente e organizada, eu tenho certeza que isso já surtiria um efeito muito positivo em relação ao que é hoje, ao que existe hoje na saúde", justificou o secretário de planejamento, Eduardo Brea de Mello.
Raio-x parado
O problema não é só a distribuição da verba do município: há também desperdício. Um aparelho de raio-x, por exemplo, custou quase R$ 200 mil, mas está abandonado desde 2009 na antiga Estação Ferroviária, e não há nenhum equipamento desse tipo funcionando na cidade.
"O que a gente precisa é que o técnico venha ao município, reestruture o aparelho, configure 'ele', veja se é preciso ajeitar alguma peça e a gente botar esse aparelho para funcionar dentro do município, em um prazo de aproximadamente, três meses", prometeu o secretário de saúde, Bruno José da Costa.
O secretário admite deficiências no atendimento à população, e conta que medidas estão sendo tomadas pra amenizar o problema. "Estamos regularizando e, a partir da próxima semana, já teremos uma endocrinologista contratada para estar atuando no município. Em relação a outros especialistas, já estão sendo feitos os contatos com eles. estamos só aguardando a posição dos profissionais para ajeitarem a sua agenda e vir trabalhar conosco aqui", concluiu Bruno. Fonte: (G1 Sul do Rio e Costa Verde).
