sintomas, complicações, prevenção e tratamento da doença
Problema fez com que treinador tivesse que interromper os treinos para realizar transplante renal; especialistas explicam todo o processo de desenvolvimento
Diabético, Marcelo Tavares se prepara para voltar a
correr (Foto: Lucas Loos / Globoesporte.com)
correr (Foto: Lucas Loos / Globoesporte.com)
Corredor há quase 30 anos, o treinador Marcelo Tavares, de 38, sempre teve o esporte presente constantemente em sua rotina. Há dois meses, no entanto, ele teve que deixar seu maior vício de lado por conta de um transplante renal. O problema começou com um diabetes e acabou resultando na falência dos rins. Após mais de um ano de hemodiálise, ele fez recentemente o transplante do órgão - doado por um sobrinho. Se a cirurgia garante a sensação de segurança e mais qualidade de vida, representa também um árduo tempo de recuperação até poder retornar às pistas. Com a previsão de ficar mais um mês parado, a expectativa em torno da volta é grande.
- Na verdade, quero logo voltar a treinar. Só não quero entrar na loucura que era antes, de percorrer 130 quilômetros por semana. Não quero mais isso, nem consigo. Mas quero voltar a fazer provas de 10 km e meias. Já tenho data marcada para voltar às corridas: a Meia da Disney na primeira semana de janeiro. Já está tudo pago - diz o corredor, que já atingiu marcas como: meia maratona para 1h11m; 10km para 31m; e 5 km para 14m47s.
Além da insuficiência renal, o diabetes pode provocar grandes danos à saúde, como: ataque cardíaco, derrame cerebral, cegueira e até a amputação do pé. A doença tem relação direta com os níveis de açúcares no sangue e a produção de insulina, como explica o médico Paulo Olzon, clínico geral da Unifesp.
Sintomas | Complicações Crônicas | Prevenção e Tratamento | |||
Muita sede | Alterações nos vasos dos rins | Prática da atividade física | |||
Visão embaçada | Infarto do Miocárdio e Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) | Ingerir alimentos ricos em fibras, como frutas e verduras | |||
Poliúria (urinar muito) | Risco de amputação do pé | Seguir o acompanhamento de um endocrinologista | |||
Machucados que demoram a cicatrizar | Baixa no do sistema imunológico | Manter as glicemias nos nível (jejum: 80 e 110 mg/dl) (menor que 140 mg/dl após refeições) | |||
Fadiga | Lesões na retina | Pegar leve com gorduras e carboidratos simples |
* Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)
- O diabetes é quando ocorre uma produção menor de insulina, e a taxa de açúcar começa a subir. Quando a pessoa é muito obesa, pode até ter uma boa taxa de insulina no sangue que não é suficiente para controlar o açúcar. Quanto mais obesa, mais insulina que precisa. Obesos mórbidos tem muita gordura e precisam de mais insulina do que o pâncreas produz. Por isso, uma das indicações de reduções de estômago é para aliviar o diabetes.
Atleta há muito tempo, o caso de Marcelo, obviamente, não teve qualquer tipo de relação com obesidade. O problema é que o excesso de açúcar, por conta do comprometimento do pâncreas, acaba lesando os capilares sanguíneos (vasos muito pequenos) dos rins, que acaba perdendo a sua função gradativamente. Nesse caso, o problema é genético e, geralmente, não há um meio de prevenção.
- Os diabéticos têm inflamações em vários vasos capilares do corpo. Podem ficar cegos, quando compromete a retina. Não é sempre que os rins são comprometidos no diabetes, e chega ao ponto de necessitar do transplante - acrescenta o médico.
- O diabetes mal controlado é uma doença silenciosa e altamente corrosiva. Todas as artérias sofrem danos. Se pensarmos que é através das artérias é que chega o sangue e, por consequência, o oxigênio, teremos uma ideia do prejuízo que se pode ter. Assim, ao longo dos anos há comprometimento de órgãos vitais, como o coração, os rins e o cérebro, além da possibilidade de haver insuficiência arterial periférica, quando as extremidades passam a ser mal nutridas, como, por exemplo, os dedos dos pés - acrescenta José Kawazoe Lazzoli, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME).
Tipo I (ou Insulino-dependente) | Tipo II (ou não-insulino-dependente) | ||||
"O pâncreas para de produzir a insulina e é necessário repor a substância de forma injetável diariamente. Em geral, diversas vezes ao dia, como o pâncreas faria, se funcionasse normalmente. Este tipo tem um forte componente genético. Neste caso, não há prevenção e, na maioria das vezes, a pessoa se torna diabética na infância ou adolescência". | "O pâncreas para de produzir a insulina e é necessário repor a substância de forma injetável diariamente. Em geral, diversas vezes ao dia, como o pâncreas faria, se funcionasse normalmente. Este tipo tem um forte componente genético. Neste caso, não há prevenção e, na maioria das vezes, a pessoa se torna diabética na infância ou adolescência". |
**Fonte: José Kawazoe Lazzoli.
Washington, ex-Flu, teve que encerrar a carreira
como consequência do diabetes (agência EFE)
como consequência do diabetes (agência EFE)
Para não chegar a casos tão extremos como o de Marcelo, Paulo orienta alguns cuidados diários com a doença: prática de atividade física aeróbica, não engordar, alimentação pobre em carboidratos simples (açucares de absorção rápida, como açúcar, pão, arroz e produtos feitos a partir da farinha branca refinada).
Na questão da dieta, ele indica comidas integrais, frutas, sementes, castanha, nozes e amêndoas. Se nada disso resolver, a solução será a utilização de remédios, diz ele: seja por via oral ou por insulina.
Campeão brasileiro com o Fluminense em 2010, o ex-atacante Washington encarou o diabetes e, por conta de uma crise de hiperglicemia, causada pela doença, decidiu pendurar as chuteiras antes do previsto. O ex-técnico Telê Santana, assim como o ex-gremista Alcino também enfrentaram a doença.
Fonte: globoesporte.com
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