sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Policiais e Bombeiros do Rio entram em Greve

Por Pedro Fonseca e Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO, 10 Fev (Reuters) - Policiais, bombeiros e agentes penitenciários do Estado do Rio de Janeiro decidiram entrar em greve a partir da madrugada desta sexta-feira para cobrar do governo aumento de salário, mas o comando da Polícia Militar afirmou que a segurança da população está garantida e que não houve registro de violência nas primeiras horas após a paralisação.

O policiamento em algumas vias da cidade do Rio pela manhã diminuiu em relação ao dia anterior, de acordo com testemunhas ouvidas pela Reuters que seguiam seu trajeto usual de casa para o trabalho. De acordo com a PM, no entanto, a adesão à greve foi restrita e a corporação está trabalhando normalmente.
Em Copacabana, o bairro com a maior concentração de hotéis da cidade, e com expectativa de lotação no Carnaval este mês, cabines da Polícia Militar operavam normalmente e havia viaturas nas ruas. O movimento de pessoas também estava normal.

Um plano de contingência acertado entre o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e as Forças Armadas, que prevê a disponibilização de 14 mil homens do Exército e 300 da Força Nacional de Segurança a partir desta sexta, não precisará ser acionado, disse à Reuters o coronel da PM Fredericos Caldas.
"Existe um plano de contingência que foi uma solicitação do governador. Havia uma previsão de emprego em caso de greve, mas não será necessário diante da atual situação de normalidade nos nossos batalhões", disse ele em entrevista por telefone.
"Tivemos uma madrugada e um início de manhã muito tranquilos. Houve um certo movimento (grevista) em algumas unidades, mais no interior do Estado, mas nossa resposta foi dura. Quem cruzar os braços, quem se recusar a ir para a rua, vai ser responsabilizado por desobediência", acrescentou o coronel, citando os batalhões de Volta Redonda, no sul fluminense, e de São Cristóvão, na zona norte da capital, como os únicos com maior adesão à paralisação.

Cerca de três mil representantes dos policiais, bombeiros e agentes penitenciários decidiram pela greve numa votação simbólica pouco antes da meia-noite de quinta-feira durante assembleia realizada na praça da Cinelândia, no centro da cidade.
"Agora a segurança do Rio é com a Força Nacional ou o Exército. A orientação nossa é que todos fiquem aquartelados", disse no sistema de som da assembleia na Cinelândia o cabo da PM Wellinton Machado, anunciando o início da greve.

As policias civil e militar, os agentes penitenciários e os bombeiros reúnem um efetivo de mais de 70 mil homens no Estado do Rio. Os líderes da greve não informaram o tamanho da adesão ao movimento, mas representantes da Polícia Civil e dos bombeiros garantiram que um efetivo mínimo de 30 por cento continuará trabalhando durante a greve para garantir a legitimidade e a legalidade do movimento.

"Uma greve é uma covardia e uma leviandade porque havia uma negociação em andamento. Não podemos aceitar se a única condição para negociar é a greve", disse o comandante dos bombeiros, Sérgio Simões�, a jornalistas antes do início da paralisação.

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